— Como revela José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, na apresentação deste livro, a idéia de produzir na TV Globo uma novela no gênero capa-e-espada, criticando a situação política e econômica do Brasil, lhe foi apresentada em 1975 pelo dramaturgo Cassiano Gabus Mendes e o diretor Daniel Filho. Ele vetou o projeto porque Roque Santeiro acabara de ser proibida, e temia que a emissora voltasse a sofrer ação da censura. Em 1989, quando já havia se tornado possível exibir a novela de Dias Gomes, aprovou-se a proposta recusada 14 anos antes. “O resultado”, conta Boni, “foi Que rei sou eu?, um trabalho brilhante do autor paulista com a direção criativa de Jorge Fernando. (...) Foi tão marcante essa novela que agora mereceu um estudo, não menos brilhante, do sociólogo e jornalista Bruno Filippo”. Para Mauro Alencar, neste ensaio, o autor, “arguto observador das manifestações sociopolíticas, elucida – em um arco de conhecimento que perpassa a literatura, a teoria literária, a história, a política e a comunicação – alguns meandros que embaralham as esferas da teatralização da vida real e a presença desta na produção artística, contribuindo para um melhor caminhar nesse intrincado jogo de arte e poder político”.