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As invasões bárbaras
Uma genealogia da história da arte
Autor: Éric Michaud
Editora: WMF Martins Fontes
Colaboradores: Flavio Magalhães Taam
Avaliação: 
R$ 69,90 á vista
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Quantidade:
Código: 9788546905881
Categoria: História da Arte
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Em sua origem, a palavra “bárbaro” é uma onomatopeia que designa aquele estrangeiro cujo idioma soaria como o resmungo de um “blá-blá-blá” ininteligível. Se essas pessoas de aparência exótica e de maneiras esdrúxulas nem falam direito, será que elas pensam? E, se o humano é o animal racional, seriam eles tão humanos quanto nós?
Há aí dois pressupostos: o de que os bárbaros são todos iguais (quiçá devêssemos dizer “o” bárbaro) e o de que a língua, os meios de expressão e os modos estariam em fiel paralelo com a alma, a mente ou a psique. Eles seriam, por assim dizer, sua parte visível. Adicionando a esse cenário a velha superstição ainda repetida pelo senso comum segundo a qual “a arte é o que melhor encarna o gênio de um povo”, isso significaria que as labirínticas relações de influência, interpenetração e sucessão de diversos estilos deveriam por sua vez refletir uma dinâmica de miscigenação dos povos não menos complexa. Com ares de psicologia das raças, a história da arte nasce, assim, sob o signo das invasões bárbaras: ao apoiar-se em algumas singularidades visíveis, ela associa objetos artísticos a povos, agrupando, nos museus, as produções das artes visuais segundo sua proveniência geográfica e o pertencimento “étnico” de seus criadores. Ainda hoje, no mercado mundial dos objetos de arte, a denominação étnica das obras – arte negra, afro-americana, latina, indígena etc. – confere a esses objetos de troca uma mais-valia significativa.
A genealogia de uma história da arte que é tanto artística quanto racial vive em simbiose com um racismo que é tão biológico quanto cultural. Ao situá-lo, historicizá-lo e perspectivá-lo, Éric Michaud mostra que o “branco” europeu – ele mesmo tomado como um todo monolítico quando ocupa a posição de “outro” – existe no âmago do uma cisão essencial: o espectro do ininteligível, do “xeno” irredutível, nunca pode ser plenamente exorcizado, e, por baixo das mais insuspeitas línguas civilizadas, como imperceptível e ensurdecedor ruído de fundo, ainda ressoa o “blá-blá-blá” da glosa bárbara.
| Páginas | 300 | 
|---|---|
| Data de publicação | 01/05/2024 | 
| Formato | 18.5 x 12.5 x 1.7 | 
| Largura | 12.5 | 
| Comprimento | 18.5 | 
| Acabamento | Brochura | 
| Lombada | 1.7 | 
| Altura | 1.7 | 
| Tipo | pbook | 
| Número da edição | 1 | 
| Subtitulo | Uma genealogia da história da arte | 
| Classificações BISAC | ART000000 | 
| Classificações THEMA | ABA | 
| Idioma | por | 
| Peso | 0.24 | 
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